A pecuarista Ines Gemilaki, de 48 anos, e o filho, o médico Bruno Gemilaki Dal Poz, de 28 anos, investigados por invadirem uma casa e matarem dois idosos em Peixoto de Azevedo, a 692 km de Cuiabá, foram presos preventivamente após se entregarem à polícia nesta terça-feira (23).
O marido de Ines, Marcio Ferreira Gonçalves, de 45 anos, e o irmão dele, Eder Gonçalves Rodrigues, que são suspeitos de envolvimento no crime, também foram presos nesta terça.
O g1 procurou a defesa dos suspeitos, mas, até a última atualização desta reportagem, não obteve retorno.
A delegada responsável pelo caso, Anna Marien, informou que eles responderão pelos crimes de duplo homicídio e associação criminosa.
Confira os principais pontos do caso:
21 de abril: boletim de ocorrência
Na manhã do dia 21 de abril, Ines foi até uma delegacia de Peixoto de Azevedo e registrou um boletim de ocorrência alegando que estaria sofrendo ameaças por parte da família das vítimas por causa de um processo referente a um contrato de aluguel, e que ela teria ganhado a causa.
Na denúncia, Ines disse que, um dia antes, três homens teriam entrado na casa dela, procurando-a, mas somente o marido estava na residência. Em seguida, disseram ao marido que ela estava em dívida com eles, e teriam ameaçado o filho dela também.
Ainda conforme o registro, a pecuarista teria recebido mensagens no celular, sendo intimidada com a cobrança de uma dívida, que ela alegou não possuir.
21 de abril: invasão da casa
No mesmo dia em que o boletim foi registrado, por das 15h15, Ines e Bruno invadiram a casa portando armas de fogo e atiraram contra as pessoas que estavam no local. Dois idosos, identificados como Pilson Pereira da Silva, de 69 anos, e Rui Luiz Bogo, de 81 anos, morreram. Um padre que estava na residência ficou ferido.
Imagens de duas câmeras de segurança mostram que ao menos oito pessoas estavam na casa, quando a mulher entrou atirando. O filho foi ao quintal e também efetuou disparos. Ines, que aparece de blusa azul, estava com uma pistola, e Bruno, de branco, estava com uma espingarda calibre 12.
Em outro trecho do vídeo, mãe e filho apareceram fugindo, carregando as armas de fogo. Para a polícia, a suspeita é de que a motivação do crime seja um desacordo comercial envolvendo pagamentos de aluguel da casa invadida.
"A suspeita locava aquele imóvel do proprietário e, ao sair da residência, deixou algumas dívidas, o que gerou uma ação judicial, e partir daí, várias discussões e desentendimentos entre eles, o que acabou resultando nesse crime bárbaro", disse a delegada Anna Marien.
O alvo dos atiradores, segundo a delegada, era o proprietário da casa, mas ele não foi atingido.
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