A Polícia Federal cumpriu 14 ordens judiciais em Barra do Garças, Paranatinga, a 516 km e 411 km de Cuiabá, e Aragarças (GO), durante a Operação Kalasiris, nesta quarta-feira (18), que tem por objetivo desmontar um esquema de assédio contra funcionárias e venda de vagas no órgão responsável pela gestão da saúde indígena Xavante.
Segundo a investigação, os gestores e conselheiros indígenas, responsáveis pela contratação de agentes de saúde do Distrito Sanitário Especial Indígena Xavante, vendiam vagas e cobravam falsos valores para a manutenção dos agentes. Além disso, a PF disse que os suspeitos exigiam fotos íntimas das enfermeiras contratadas para que elas não fossem demitidas ou tivessem demissões revertidas.
"O constrangimento com conotação sexual (chantagem) no ambiente de trabalho da saúde indígena criava um ambiente de trabalho humilhante, tendo feito com que diversas vítimas procurassem a Polícia Federal com medo de retaliações e/ou perseguições", informou a PF.
As vítimas que não se submetiam aos pagamentos e não cumpriam as ordens sofriam represálias e mudanças de área, ou eram demitidas com base em "avaliações de desempenho negativas”.
Falso Censo
com o Operação tem como objetivo desmontar um esquema criminoso no órgão responsável pela gestão da saúde indígena. — Foto: Polícia Federal
Ainda segundo a investigação, os gestores e conselheiros chegaram a criar falsos resultados de censos populacionais indígenas. O objetivo dos investigados era solicitar novas vagas para a unidade, alegando que tinha mais pessoas morando na região.
O Censo é um estudo estatístico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que coleta dados sobre a população de uma determinada região.
Ao todo, os policiais federais cumpriram um mandado de prisão preventiva, duas ordens de suspensão de toda e qualquer função pública e a proibição de contato com as vítimas e testemunhas e 11 mandados de busca e apreensão.
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