Você sabia que a braquiária, planta que serve de alimento para o gado, ajuda no sistema produtivo de soja e milho e pode resolver problemas de compactação do solo? De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a planta possui raízes profundas, que podem chegar até dois metros, descompactando o solo e criando canais que facilitam a infiltração da água, melhorando a disponibilidade hídrica durante períodos secos e contribuindo para a ciclagem de nutrientes.
De acordo com a empresa, os sistemas de cultivo contínuo, como soja e milho, tendem a compactar o solo devido ao uso constante de máquinas, especialmente durante o período chuvoso. Essa compactação impede a infiltração de água, causando erosão e escorrimento superficial que levam nutrientes essenciais embora, contribuindo para enchentes e, por isso, a braquiária é tão importante.
A Embrapa Agrossilvipastoril, em Sinop, a 503 km de Cuiabá, informou que implantar a cultura da braquiária não só enriquece o solo, mas também aumenta a eficiência do uso de fertilizantes, promovendo um sistema agrícola mais sustentável e produtivo. Além disso, a braquiária desempenha um papel fundamental nos sistemas de Integração Lavoura-Pecuária (ILP) e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) devido às diversas características benéficas, como proporcionar uma cobertura vegetal eficaz, controlar a erosão e aumentar a matéria orgânica.
Um dos benefícios da braquiária é que ela ajuda a reduzir a emissão de gases de efeito estufa, principalmente por meio da captura de carbono ao solo. As raízes profundas promovem a captura de carbono, armazenando-o de forma eficiente no solo, o que diminui a quantidade de CO2 na atmosfera. Além disso, a braquiária melhora a qualidade do solo e reduz a necessidade de fertilizantes químicos.
Pesquisas realizadas pela a Associação Brasileira dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja) indicam que práticas integradas como ILP e ILPF, que frequentemente utilizam a braquiária, contribuem para a mitigação das mudanças climáticas através da melhora na captura de carbono e na eficiência do uso do solo.
Os sistemas ILP e ILPF foram criados para promover uma agricultura mais sustentável e resiliente. Em Mato Grosso, estado líder em produção agrícola, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esses sistemas trabalham em conjunto para promover uma produção de milho e soja mais rentável e produtiva.
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