Mayla Rafaela Martins, de 22 anos, foi encontrada morta em às margens de rodovia de MT — Foto: Reprodução
Genislene Bento Freire, de 25 anos — Foto: Reprodução
Janaina Ribeiro do Nascimento, de 31 anos — Foto: Reprodução
Lorrane Cristina Silva de Lima, de 23 anos. — Foto: Reprodução
Bruna de Oliveira, de 24 anos, foi morta e arrastada por corrente em moto — Foto: Divulgação
Leidiane Ferro da Silva foi morta a facadas pelo companheiro — Foto: Reprodução
Horaide Bueno Stringuini, de 84 anos. — Foto: Reprodução
Eva Domingas de Oliveira, de 39 anos, foi morta com golpes de marreta na cabeça — Foto: Reprodução
Vítima foi identificada como Rosângela Oliveira da Silva, de 49 anos — Foto: Reprodução
Vítima foi identificada como Eliziane Martins de Oliveira, de 24 anos — Foto: Reprodução
Jhulia Glezia Souza Neres, de 18 anos, foi morta a facadas — Foto: Divulgação
Vítima foi identificada como Daiana Pacífico da Silva — Foto: Reprodução/Rede social
Elenice Moreira dos Santos, de 42 anos. — Foto: Reprodução
Maria Vitoria Nastacia Vieira, de 20 anos — Foto: Reprodução
Raquel Cattani foi encontrada morta — Foto: Reprodução
Para não deixar que esses crimes se reduzam somente a estatísticas, o g1 conversou com amigos e familiares de algumas dessas vítimas para contar quem eram essas mulheres e quais sonhos foram interrompidos.
É essencial que as vítimas de feminicídios não sejam esquecidas, pois a memória dessas mulheres é um ato de resistência e uma forma de honrar as vidas interrompidas. Cada nome e história representa não apenas a perda de um ser humano, mas também um chamado urgente à mudança.
Mayla Rafaela Martins, de 22 anos. — Foto: Redes sociais/Reprodução
Mayla Rafaela Martins, de 22 anos, adorava assistir a novelas antigas e tinha um carinho especial pelos animais. Um dos sonhos da jovem era comprar uma casa para a irmã caçula, já que as duas estavam sempre juntas.
Outro sonho de Mayla era morar fora do Brasil. Ela tinha planos para ganhar dinheiro e construir uma nova vida em outro lugar. A previsão era que o sonho fosse concretizado em 2025, mas foi assassinada em janeiro deste ano.
O corpo da vítima foi achado enrolado em uma piscina infantil, em meio a plantação de uma fazenda localizada entre Lucas do Rio Verde e Sorriso, no norte do estado.
Jhulia Glezia Souza Neres, de 18 anos — Foto: Reprodução
Jhulia Glezia Souza Neres, 18 anos, morava em Guiratinga, a 334 km de Cuiabá. Ela estava cursando o 1° ano do ensino médio e foi descrita como uma menina carinhosa e brincalhona.
A jovem tinha planos de procurar uma agência quando terminasse os estudos, para seguir o sonho de se tornar modelo. Jhulia gostava muito de dançar e de desenhar. Ela também sonhava em mobiliar a casa em que vivia.
Jhulia foi morta a facadas após ter a casa invadida pelo ex-namorado, de 23 anos. Segundo a polícia, no momento do crime, o homem começou a enforcar a vítima enquanto questionava se ela havia se envolvido com o irmão dele.
Horaide Bueno Stringuini, de 84 anos. — Foto: Reprodução
Horaide Bueno Stringuini, de 84 anos, era gaúcha, mãe, avó e bisavó. Estava aposentada e morava sozinha em Cuiabá. Era uma mulher comunicativa, gostava de tomar chimarrão duas vezes ao dia e uma cervejinha, de vez em quando.
Possuía um amor sem igual pelos netos e tinha como principal hobbie cozinhar para a família e passear pelo centro da capital.
A idosa foi encontrada morta dentro da própria casa. O suspeito era funcionário de uma distribuidora que fica ao lado da casa da vítima e confessou o crime.
Inicialmente, ele foi indiciado pelos crimes de roubo qualificado, estupro com resultado morte, homicídio qualificado por motivo fútil – recurso que impossibilitou a defesa da vítima – e feminicídio. No entanto, após a mudança na tipificação do crime, o homem deixa de responder por feminicídio e passa a responder por latrocínio.
Raquel Cattani foi encontrada morta — Foto: Reprodução
Raquel Cattani, de 26 anos, era filha do deputado estadual Gilberto Cattani (PL). Empreendedora, mãe dedicada e amante da vida no interior. Ela atuava na produção de queijos artesanais e teve dois produtos premiados no Mundial do Queijo, no quesito melhor queijo ‘Maringá’ e ‘Nozinho temperado’.
Raquel foi morta após ser esfaqueada ao menos 30 vezes pelo ex-cunhado, Rodrigo Xavier, a mando do ex-marido, Romero Xavier, que não aceitava o fim do relacionamento.
Romero é pai de ambos os filhos de Raquel – um menino de 6 anos e uma menina de 3 anos. Durante o velório da empresária, ele se mostrou muito abalado e permaneceu ao lado do caixão junto ao pai da vítima.
O que diz a polícia
A delegada titular da Delegacia da Mulher de Cuiabá, Judá Marcondes, informou que os índices de feminicídios em Mato Grosso no primeiro semestre de 2024, se comparado com o mesmo período do ano passado, aumentaram em 5%.
Segundo ela, dentre todos os casos registrados neste período, na capital, nenhuma das vítimas solicitou medidas protetivas contra o suspeito.
O número de medidas protetivas em Mato Grosso subiu para 8.859 no primeiro semestre de 2024. O aumento é de 10%, em comparação com o mesmo período do ano anterior, que teve 8.023 medidas registradas.
Em 2018, a Lei Maria Da Penha foi alterada, e o descumprimento de medidas protetivas passou a ser considerado crime, com pena de 6 meses a 2 anos de prisão.
De acordo com a delegada, em alguns casos, existem certos tipos de violências que podem anteceder ao crime de feminicídio, são elas:
- Bate ou espanca, empurra
- Atira objetos, sacode
- Morde ou puxa os cabelos da mulher
- Mutila ou tortura
- Usa qualquer arma branca, como uma faca ou outra ferramenta, além da armade fogo, para machucá-la
- Xinga, humilha, ameaça
- Critica o tempo todo
- Debocha publicamente, diminui a autoestima
- Fala que a mulher está louca e tenta controlar tudo o que ela faz
- Ocorre quando o companheiro (ou ex) força a mulher a ter relações sexuais ou quando ela está dormindo ou não tem condições para consentir
- Obriga a mulher a olhar imagens pornográficas ou a fazer sexo com outra pessoa
- Não deixa a mulher se prevenir de uma gravidez ou mesmo a obriga a fazer um aborto
- Quando o homem controla a mulher e seus bens
- Retém ou tira dinheiro dela
- Causa danos de propósito a produtos que ela gosta
- Destrói, detém objetos e documentos pessoais, além de outros bens e direitos
- Quando o homem faz comentários ofensivos diante de estranhos ou mesmo de conhecidos
- Humilha publicamente e expõe a vida íntima do casal a outras pessoas, inclusive nas redes sociais
- Acusa publicamente a mulher de cometer crimes, inventa histórias, fala mal dela para outras pessoas com o objetivo de prejudicá-la e diminuí-la
O aplicativo 'SOS Mulher MT' é uma das alternativas criadas para ajudar vítimas de violência doméstica em Mato Grosso. O aplicativo conta com um botão do pânico, por meio dele a vítima pode fazer um pedido de socorro quando o agressor descumprir a medida protetiva.
Dados da Polícia Civil apontam que houve um aumento de 31% na procura pelo aplicativo neste primeiro semestre ano, com 3.376 downloads. Já as solicitações de medidas protetivas com o Botão do Pânico cresceram 9%, com 2.731 pedidos.
Interface do aplicativo 'SOS Mulher MT' — Foto: Reprodução
Nos outros municípios do estado, a plataforma pode ser acessada para as outras funções, como direcionamento à medida protetiva online, telefones de emergência, endereços das Delegacias da Mulher, Plantão 24h, denúncias sobre violência doméstica e também acesso à Delegacia Virtual para registro de ocorrências.
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